Reserva foi outrora o habitat do lince-ibérico em Portugal.
A Reserva Natural da Serra da Malcata é criada em 1981 com o objetivo principal de conservar o felino europeu mais ameaçado – o lince ibérico (Lynx pardinus). É uma área protegida localizada entre a vila de Penamacor e a cidade do Sabugal, na confluência da Beira Baixa e da Beira Alta, sendo delimitada a leste por Espanha.
É um território de enorme interesse do ponto de vista do património fitólogo e faunístico, onde o rio Côa, e as ribeiras da Bazágueda e da Meimoa têm um protagonismo e uma influência marcantes na paisagem.
Uma paisagem de cores e cheiros da natureza.
Devido ao clima de extremos (quente no verão e frio no inverno), a floresta predominante da Reserva, é caracterizada por bosques de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) a Norte, e de azinheira (Quercus ilex) e de medronheiro (Arbutus unedo) a Sul. Ao longo dos cursos de água destacam-se o freixo (Fraxinus excelsior), o amieiro (Alnus glutinosa) e os salgueiros (Salix spp.).
Contudo, são os matos que melhor caracterizam e paisagem e a área da reserva. A giesta-branca (Cytisus multiflorus), a giesta-amarela (Cytisus striatus), a esteva (Cistus ladanifer), a urze-vermelha (Erica australis), o sargaço (Cistus monspeliensis) e a carqueja (Pterospartum tridentatum), estão entre as espécies de arbustos predominantes que na primavera pintam e perfumam as paisagens, proporcionando um espetáculo visual e sensorial extraordinário.
Há também áreas consideráveis de pinhal.
Barragem da Meimoa, um santuário da avifauna.
O clima e vegetação favorecem a presença de uma grande variedade de répteis, de que são exemplo o cágado (Mauremys leprosa), o lagarto-de-água (Lacerta scheriberi) e, em especial, diversas espécies de cobras.
Já os cursos de água permitem identificar espécies de peixes como a truta (Salmo trutta), a carpa (Cyprinus carpio) e o escalo-do-norte (Leuciscus cephalus cabeda); e de anfíbios, tais como a salamandra-de-costela-salientes (Pleurodeles waltl), o tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai), a rã-ibérica (Rana iberica), e o sapo-comum (Bufo bufo).
Dentro das aves, é possível encontrar o mergulhão-pequeno (Tachybaptus ruficollis), o chapim-azul (Parus caeruleus), o grifo (Gyps fulvus) e o abutre-preto (Aegypius monachus).
Por último, os mamíferos como a lontra (Lutra lutra), a raposa (Vulpes vulpes), a fuinha (Martes foina), a gineta (Genetta genetta), o rato-do-campo (Apodemus sylvaticus) e o gato-bravo (Felis silvestris). Há também bastantes javalis (Sus scrofa scrofa).
Após os programas de recuperação do lince-ibérico, têm surgido relatos de avistamentos do felino na zona sul da serra e, em particular, na região de Castelo Branco.
Fonte @iNature | Fotos iNature e Rui Gaiola | Ultima atualização jan 2025.
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