Situada na região raiana entre os concelhos do Sabugal e Penamacor, a Reserva Natural da Serra da Malcata foi criada em 1981 com o intuito de preservar o habitat e evitar a extinção local do Lince Ibérico. Infelizmente, o felino não é avistado na região desde a década de 1990, mas há um programa em curso para o reintroduzir e, mais a sul, na região de Castelo Branco, têm sido registados alguns avistamentos, o que traz alguma esperança à recuperação do felino nesta zona raiana do país.
Porém, o Lince Ibérico é apenas uma das muitas atrações desta região raiana cuja riqueza paisagística permanece quase intacta, o que justifica, por si só, uma visita.
Esta área classificada é caracterizada por um conjunto de cabeços sulcados, na sua maioria não muito íngremes, o que a torna num local e excelência para os adeptos das caminhadas. Nas encostas imperam matos como a Giesta, a Urze, a Esteva e o Rosmaninho, cujas cores e cheiros transformam um simples passeio numa sessão de cromo e aromaterapia. Recomendamos alguns aqui.
Um dos percursos recomendados leva-nos para outra característica desta região. A Reserva Natural da Serra da Malcata é rica em rios e ribeiras. É palco do rio Côa, no seu caminho em direção ao rio Douro, e berço da ribeira Baságueda e da ribeira da Meimoa, cujos leitos originam galerias ripícolas onde habitam todas as espécies de anfíbios existentes em Portugal Continental. Nestas galerias, a frescura e a calma ao som da natureza são ideais para um Banho de Floresta, uma prática de relaxe e imersão na natureza que tem vindo a ganhar praticantes devido ao seu efeito libertador de stress. Se ainda não experimentou, contacte um dos nossos parceiros na região.
Por sua vez, estes cursos de água geram locais propícios à prática de canoagem ou stand up paddle. A barragem da Meimoa é um deles, mas são várias as praias fluviais e zonas balneares existentes na região para quem procura a frescura das águas locais ou um simples momento de descontração.
Fruto da intervenção humana, o Pinheiro-bravo é árvore predominante na região, mas ainda é possível desfrutar de bosques de carvalho, a norte, enquanto a sul, em terrenos outrora dominados pelo sobreiro, são agora mais frequentes os montados de azinheira. E onde há água e bosques, há avifauna em abundância e os binóculos indispensáveis para uma observação pormenorizada. A região é boa para observar abutres e aves de rapina, entre outros exemplos da avifauna, sobretudo, nas proximidades dos aquíferos.
Tal como a generalidade do interior do país, é uma região rica em património histórico e gastronómico. Nos intervalos da natureza, recomenda-se uma visita às cidades e aldeias da região. A poucos minutos desta área classificada está a vila raiana de Penamacor, cujo castelo e museus são uma mostra da história e cultura da região.
Já no sentido norte, é obrigatória uma paragem na aldeia da Malcata para uma visita ao Centro Interpretativo do Lince Ibérico da Malcata e na Aldeia Histórica de Sortelha. Por fim, vale a pena gastar algum tempo na cidade do Sabugal para apreciar o seu castelo e o museu da cidade, onde uma exposição permanente de cariz arqueológico conta a história da ocupação do Homem nas terras de Riba Côa ao longo dos séculos.
Pelo meio, não se esqueça do campo gastronómico, onde os mais variados pratos de caça e os caldos ricos como a canja dos cornos são as estrelas da região.
Barragem da ribeira da Meimoa (Penamacor), Fóios (Fóios – Sabugal), Quadrazais (Sabugal) e zona balnear do Meimão (Meimão – Penamacor).
Museu Municipal de Penamacor, Centro Interpretativo do Lince
Ibérico da Malcata (Malcata – Sabugal), Centro de Educação Ambiental da S. da Graça (Sabugal), Complexo Mineiro Romano da Presa (Penamacor).
Sopa seca, canja dos cornos e diversos caldos. Cabrito na brasa e carnes de caça. Mel,
biscoitos “Esquecidos”, arroz-doce e papas de milho.
Serra d’Opa, miradouro dos Sete Concelhos, vale de Fratura Valdedra-Meimão, serra das Mesas e posto de vigia da Machoca.
@iNature 2023 | Fotigrafas Município de Penamacor e Município do Sabugal.