Bafejada pelos ventos atlânticos, a Serra de Montejunto é uma montanha de duas faces. É fria e húmida a norte e noroeste, e quente e seca a sudeste. Esta dualidade climática origina dois ecossistemas distintos, cuja riqueza e diversidade da fauna ganhou proteção especial em 1999, através da criação da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto.
Nas encostas a nordeste, a humidade dos bosques de carvalhos e loureiros convidam anfíbios como a salamandra lusitana a fazer daquele o seu habitat. É também nesta região que vive a Estrelinha-real, a ave mais pequena da Europa.
Quem vier para estes lados deve visitar a Real Fábrica do Gelo, um Monumento Nacional único datado do século XVIII, onde era fabricado o gelo que abastecia o comércio e os hospitais da capital.
A sul, onde a vegetação é menos densa e abundam os campos cerealíferos, o terreno é propício às aves de rapina e ao Andorinhão-real, que nidifica nas escarpas. Entre os afloramentos rochosos que brotam um pouco por toda a serra, vale a pena apreciar as Falhas do Cercal e da Rochaforte.
Para quem gosta de escalada, a Penha do Meio Dia e a Escarpa do Relvio são visitas obrigatórias.
Na flora, a Rosa Albardeira e as várias espécies de orquídeas típicas dos solos calcários são as estrelas deste território onde impera a floresta mediterrânica e uma mata arbustiva aromatizada pelo abundante alecrim.
No sopé da montanha, a pastorícia foi substituída pela agricultura e agora são as vinhas que definem a paisagem. Mas, para conhecer melhor a cultura local, nada melhor do que descer às vilas de Alenquer ou Cadaval, onde os costumes e a gastronomia locais estão ainda bem vincados.
Fonte iNature | Fotos kitato, CIM Oeste | nov 2024.
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