De nome científico Lavandula stoechas, o rosmaninho é também conhecido como lavanda ou alfazema. Esta confusão de nomes deve-se à enorme família Lamiaceae, a sétima maior das plantas com flores, cujas diferenças aos olhos do comum mortal são difíceis de identificar.
Entre a stoechas (rosmaninho) e a Lavandula angustifólia, a alfazema, as diferenças são quase impercetíveis. Só a Lanvandula dentata, a alfazema brava, devido às flores com esporos salientes é a mais fácil de distinguir dos parentes.
O rosmaninho é uma planta arbustiva perene com folhas verde-cinzentas que cresce até aos 60cm de altura. As suas flores têm uma cor roxa/lilás e surgem agrupadas em espiga. A floração acontece nos meses da Primavera e do Verão.
É uma planta originária da região Arábica e da Mediterrânica. Na Europa é muito frequente vê-la em Itália, França, Espanha e Portugal, sobretudo no centro e no sul do país.
É uma planta pouco exigente em termos de solo e água. Dá-se bem em solos xistosos e graníticos pobres e secos, pelo que é frequente vê-la em territórios serranos com estas características. A Reserva Natural da Serra da Malcata é um desses locais. É fácil encontrá-la nas encostas menos arborizadas. Todavia, é frequente ver rosmaninho em todas as serras do centro de Portugal.
O rosmaninho e as suas parentes alfazema e lavanda são usadas sobretudo como plantas ornamentais. A sua beleza, a reduzida necessidade de cuidados e, sobretudo, o seu perfume, fazem do rosmaninho uma planta muito querida em jardins, varandas e terraços. Além disso, é um ambientador natural, devido ao seu aroma agradável associado à tranquilidade.
É também usada como erva aromática na gastronomia mediterrânica, embora as mais usadas sejam o alecrim (Salvia Rosmarinus) e o tomilho (Thymus vulgaris), também da família Lamiaceae. E também usado como alimento - as flores são comestíveis – e em infusões.
É uma planta muito apreciada pelas abelhas e outros insetos polinizadores. Dá origem ao famoso mel de rosmaninho, um mel produzido sobretudo na Beira Baixa que é muito apreciado pelo seu aroma característico.
É uma planta muito usada pela indústria cosmética. O óleo extraído das folhas através de destilação é usado no fabrico de sabonetes, cremes de beleza e outros produtos de cosmética e higiene.
Na saúde é reconhecido pelas suas propriedades antidepressivas, sedativas, antiespasmódicas e antisséticas. A aplicação em aromaterapia e na forma tópica através do uso de óleos de massagem, é vulgarmente usado para o alívio de eczemas, dores musculares e para melhorar a circulação sanguínea.
Todavia, por conter cumarinas, uma substância tóxica, é aconselhado consultar um fitoterapeuta antes de usar extratos de rosmaninho para fins medicinais.
Em tempos remotos chegou também a ser usado como acendalha e combustível e ainda hoje serve de enfeite em algumas atividades religiosas. Em algumas regiões de Portugal, é ainda frequente cobrir o chão dos percursos das procissões com rosmaninho.
Fonte Wikipedia. UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Sementes de Portugal | Ilustração Puretugal | Fotos iNature, Rui Gaiola e Musa Natural Cosmetics e UTAD | Setembro 2024.