Adernal, um dos habitats singulares da Mata do Bussaco. Foto: dany.
A Mata Nacional do Bussaco é uma área florestal localizada na Serra do Bussaco, cuja beleza natural e biodiversidade levaram à sua classificação como Monumento Nacional em 1943.
Com uma área de 105 hectares, uma altitude de 549 metros e uma localização geográfica que proporciona um microclima de temperaturas amenas e níveis elevados de humidade, originados pelos constantes nevoeiros matinais e pricipitação frequente, a Mata do Bussaco presenteia-nos com uma floresta luxuriante de caraterísticas mediterrânicas na encosta sul e de climas temperados na encosta norte.
Devido a estas carateristicas, a mata é considerada um reino de biodiversidade dividido em quatro unidades paisagísticas, o Arboreto, os Jardins e o Vale do Fetos, a Floresta Relíquia e o Pinhal do Marquês, aos quais se juntam um conjunto de património histórico-cultural de uma beleza ímpar.
Depois de passar por vários serviços governametais, a Mata do Bussaco é gerida desde 2009 pela Fundação Mata do Bussaco, cujo papel é a conservação, valorização e dinamização do espaço e dos vários patrimónios ali existentes.
COMO CHEGAR
A Mata do Bussaco fica na vila do Luso, concelho da Mealhada. Saiba o caminho para lá chegar a partir da sua localização.
Vale do Fetos, um cenário mágico a não perder.
A história da Mata do Bussaco remonta ao século XVII, quando os monges da Ordem dos Carmelitas Descalços ali se instalaram marcando a paisagem e cultura do território O Arboreto, resultado da reflorestação realizada pelos monges, representa ainda hoje cerca de 80% do espaço.
Do espaço original restam alguns exemplares de carvalho (Quercus spp), azereiro (Prunus lusitanica) e loureiro (Laurus nobilis), sendo o cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica) o ex-libris da mata.
A partir do século XIX são introduzidas outras espécies exóticas que originaram o “Jardim Novo” e o arruamento do “Vale dos Fetos”. No entanto, ainda que numa pequena extensão chamada "Floresta Relíquia", um conjunto de plantas autóctones que conserva as características de uma floresta primitiva anterior à ocupação humana.
Devido a estas transformações ao longo do tempo existem hoje três habitats distintos na mata: carvalhal, loureiral e adernal - estendendo-se este último desde a Cruz Alta até ao Passo de Caifás, com áreas de bosque denso que fascinam pela sua beleza. O Pinhal, com uma área de 15 hectares, encontra-se, de momento, em reconversão.
O majestoso Palácio do Bussaco, hoje convertido em hotel.
Na Mata do Bussaco existem mais de 250 espécies de árvores e arbustos catalogados, que compõem uma das melhores coleções dendrológicas da Europa, uma diversidade que lhe confere o estatuto de refúgio para variadas espécies de fauna, que nela encontram abrigo e alimento.
Desde peixes, a anfíbios, répteis, aves, mamíferos e invertebrados, é possível identificar exemplares endémicos da Península Ibérica, como a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitaânica), o tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai), e espécies ameaçadas, como a águia-calçada (Hieraaetus pennatus) e o açor (Accipiter gentilis).
No meio de toda esta diversidade, erguem-se dois exemplares únicos da arquitetura histórica nacional, o Palace Hotel do Bussaco e o Convento de Santa Cruz, e a única Via Sacra à escala de Jerusalém. Podem também ser apreciadas várias ermidas e capelas, a Cerca, cruzeiros, fontes e miradouros, que compõem um cenário verdadeiramente mágico.
Neste momento, a Mata Nacional do Bussaco concorre à classificação de Património Mundial da Humanidade da UNESCO e tem em curso o processo de certificação do Healing Forest International Certification Office da International Society of Forest Therapy, uma chancela que a tornará na primeira Floresta Terapêutica da Península Ibérica certificada para a prática de Terapia de Floresta e Banhos de Floresta.
Fonte e Fotos Fundação Mata Nacional do Bussaco e iNature | Última atualização jan 2025.
VER, FAZER E VIVER