A sul do rio Alva, surge um rio tão discreto quanto curioso, o Ceira. O rio Ceira nasce na Serra do Açor, por baixo do Pico do Gondufo, na freguesia de Piódão, passa por Malhada Chã e corre até ser parado pela Barragem do Alto Ceira, onde as águas são desviadas por túneis para a Barragem de Santa Luzia, no concelho de Pampilhosa da Serra.
A jusante, o Ceira é novamente desviado por um túnel para proteger as terras de cultivo de Val Pardieiros das cheias invernais, entrando de seguida num serpenteado por entre montes e vales que dividem os concelhos de Arganil, Pampilhosa da Serra até que chega a Góis, onde dá origem a um local idílico, a Praia Fluvial de Peneda – Pêgo Escuro.
Com características ímpares, como a esplanada do restaurante/snack-bar flutuante sobre o rio e uma ilha de areia, às quais se juntam um moinho (a funcionar), amplos espaços de lazer sombreados por árvores centenárias, canoas para alugar, caminhadas aquáticas para fazer, e vista para a magnífica Ponte Real Joanina, a Praia Fluvial da Peneda – Pêgo Escuro é um mergulho obrigatório na região Centro de Portugal.
É também uma “Praia Acessível” e um bom ponto de partida para uma incursão nesta bela região.
Góis, conhecida pela “Capital do Ceira”, é uma vila rica em história que importa conhecer e um ponto de partida para uma incursão nas Aldeias do Xisto. Aigra Nova, Aigra Velha, Pena e Comareira são algumas ali bem perto. Para quem prefere mergulhos na natureza, a Serra do Penedo, com os seus imponentes 1043 metros de altitude, e os afloramentos quartzíticos – Penedos de Góis – do período Ordovício, são uma paisagem a recordar.
Do concelho de Góis, a volta segue para a cidade e para a Serra da Lousã, onde se encontra mais uma Bandeira Azul da Nossa Natureza nas margens do rio Ceira, a Praia Fluvial da Bogueira, próxima da aldeia de Casal de Ermio.
Equipada a rigor, em termos de infraestruturas, destaca-se pelos espaços e açudes orientados para crianças. É também uma “Praia Acessível” e sinónimo de um bom e divertido dia passado em família e em comunhão com a natureza.
Tal como na Serra da Estrela, as Serras da Lousã e do Açor são ricas em ribeiras que originam locais de enorme beleza e biodiversidade. A ribeira da Azenha, na Serra do Espinhal (Penela), é uma delas.
São várias as rotas pedestres que cruzam ou acompanham esta afluente do rio Dueça e é difícil escolher a mais bonita para fazer. Porém, no meio da frondosa vegetação do vale cavado pela água há um local que ajuda a decidir, a Praia Fluvial da Louçainha.
Com Bandeira Azul e chancela de “Praia Acessível” é uma praia constituída por açudes de várias profundidades e instalações de qualidade num espaço com um enquadramento paisagístico magnífico. Um recanto ainda não muito conhecido que é um tónico refrescante numa visita a esta região.Uma dica: a praia tem um restaurante que é imperativo conhecer, o Xisto.
No intervalo dos mergulhos sugere-se um passeio até à Cascata da Pedra Ferida. De automóvel são necessários apenas alguns minutos, mas se o objetivo for contemplar os majestosos bosques ao longo da ribeira, a realização do percurso pedestre PR2 PNL - Da Pedra Ferida à Louçainha, é a forma mais gratificante de o conseguir. É um passeio magnífico.
Se a visita for mais inclinada para uns mergulhos e um passeio cultural, a vila da Lousã, o lendário Castelo de Arouce e as Aldeias do Xisto ali próximas são visitas incontornáveis.
Alguns quilómetros a oeste, a Praia Fluvial de Alvares, na aldeia de Alvares, concelho de Góis, revela um tesouro de biodiversidade ainda pouco explorado pelo turismo, a ribeira de Sinhel, uma afluente do rio Unhais. O espaço da praia e a sua envolvente está em reabilitação para prporcionar uma experiência ainda mais agradável aos visitantes.
É uma boa oportunidade para conhecer uma aldeia pacata, um espaço natural em recuperação e uma praia fluvial que não estará entre as mais concorridas.
@iNature | maio 2024 | Fotos: Município de Góis, Município da Lousã, Idalécio Francisco. Praias fluviais na Serra da Lousã.