Fazer caminadas na natureza é bom para a saúdeCinco caminhadas para celebrar a primavera

Sejam trilhos, rotas, percursos pedestres ou simples passeios, as caminhadas pela natureza são a melhor forma de viver e apreciar a mais bonita estação do ano.

A primavera é uma das estações mais esplendorosas do ano, marcada pelo renascimento e pela renovação da natureza. As flores desabrocham, as árvores vestem-se e a fauna fervilha de atividade. Como uma espécie de convite, surge um estímulo para fazer parte desta celebração da vida, e as caminhadas são uma das melhores formas de ligação a esta festa da natureza.

Com as suas temperaturas amenas e os dias maiores, março marca o início da época do pedestrianismo. Em cada uma das áreas classificadas da rede iNature, há dezenas de percursos pedestres através dos quais é possível conhecer a fauna e flora locais, estórias e a História marcada pela presença humana nas imediações dos ecossistemas ao longo dos anos.

Eis cinco caminhadas em outras tantas áreas classificadas da rede iNature para descobrir e viver, não só a natureza, mas também a cultura e a história da região onde estão inseridos.

 

Uma caminhada pelos pomares de cereja da GardunhaContemplar a Gardunha em traje de noiva - Fundão

PR6 FND - Rota da Portela da Gardunha

É um bom treino para começar a época das caminhadas. Esta rota tem início da aldeia de Alcaide, a capital do cogumelo da Beira Baixa, onde se realiza o conhecido “Míscaros – Festival do Cogumelo” em novembro. Dali parte-se a subir, por entre bosques de carvalhos com vista para o “vale Fundão” e para a Serra da Estrela. A partir de meados de março, os abundantes pomares de cerejeiras nas encostas em redor da aldeia pintam a paisagem de branco, proporcionando uma paisagem idílica.  O miradouro que dá o nome ao percurso – Portela da Gardunha - é alcançado cerca de 2,5 km após o início da rota. Dali, é possível perceber porque se diz que a Serra da Gardunha é a fronteira entre a paisagem norte e sul do país. O caminho segue em descida, atravessa a aldeia de Vale Prazeres e volta a subir até os 823 metros de altitude da Cortiçada – o ponto mais alto desta caminhada -, e regressa a Alcaide.

Com 10,3 km de extensão e um grau de dificuldade médio, é uma caminhada que se faz numa manhã ou tarde, em cerca de 4 horas. Acredite, a paisagem vale bem o esforço.

Se optar por ficar mais algum tempo na região – que bem merece, aliás – aceite as nossas sugestões de alojamento e visitas para sentir a cultura local.

Ler também:

Caminhadas de primavera

Uma caminhada que passa pela aldeia de xisto do TalasnalPelos caminhos secretos das Aldeias do Xisto da Lousã

PR2 LSA - Rota das Aldeias do Xisto da Lousã

É uma caminhada que repete os passos dos antigos habitantes destas aldeias serranas nos únicos acessos que tinham para descer à vila da Lousã. Fazê-la é entrar na geologia, natureza, cultura e história da Serra da Lousã. Aconselha-se o sentido Castelo da Lousã em direção à Central Hidroelétrica da Ermida, uma peça de arqueologia industrial construída em 1927 para fornecer energia à vila. O caminho segue depois por um trilho rumo a duas Aldeias do XistoTalasnal e Casal Novo. Estas pitorescas aldeias são uma autêntica viagem no tempo e um exemplo da geologia na arquitetura local. Se a temperatura o permitir, aproveite para dar um mergulho na praia fluvial da Ermida. É uma caminhada quase sempre acompanhada por vegetação e paisagens magníficas.

Com 4,5 km de extensão e um grau de dificuldade reduzido, é um trilho que se faz em cerca de três horas, deixando tempo para visitar outros locais de especial interesse na região. Se for essa a opção, conheça aqui a nossa sugestão de alojamento.

Ler também:

Caminhadas de primavera.

Uma caminhada pelas margens do rio ErgesVisitar o selvagem Erges, Castelo Branco – Geopark Naturtejo

PR6 IDN – Rota do Erges

É um pequeno percurso em torno das Termas de Monfortinho e que, em parte, acompanha o leito do Erges, o rio que é considerado o mais selvagem de Portugal e uma das fronteiras líquidas mais antigas entre Portugal e Espanha. O percurso inicia-se no posto de turismo de Monfortinho em direção à margem direita do rio. Passa depois pelo Hotel Fonte Santa e pelos jardins do balneário termal até chegar ao miradouro da Serra do Cancho, onde é possível ter uma visão do casario do complexo termal e da várzea raiana. Dali, a caminhada segue em declive pela paisagem mediterrânica até ao ponto de partida.

Com 5 km de extensão e de classificação “fácil” é um trilho que se faz em cerca de uma hora e meia, deixando tempo para desfrutar da oferta de bem-estar das termas de Monfortinho e do património natural do Geopark Naturtejo.

Para quem ficar por uns dias, conheça algumas das nossas sugestões aqui.

Ler também:

Caminhadas de primavera.

Caminhada pelas salinas de Rio MaiorSalinas em terra firme, Rio Maior – Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

PR1 RMR – Marinhas de Sal

As salinas de Rio Maior são um fenómeno natural digno de ser visto. Como é que é possível haver sal a 30 quilómetros da costa? A resposta só pode ser obtida no local e este percurso pedestre é uma forma de a obter, conhecer o curioso vale tifónico e a peculiar arquitetura industrial que se desenvolveu naquele local há mais de oito séculos.

São as únicas salinas interiores ativas na Europa, mas apenas uma das características peculiares da geologia do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Há, por exemplo, um mar interior – Polje de Minde – que chega a ter 2,5 km de comprimento e 800 metros de largura, há pegadas de dinossauro, grutas encantadas e uma fauna e flora muito característica.

Se decidir ficar por lá uns dias depois da desta caminhada, conheça algumas das nossas sugestões aqui.

Ler também:

Caminhadas de primavera.

Caminhada pelas margens da bacia da barragem da MeimoaUma caminhada pelas Terras do Lince - Reserva Natural da Serra da Malcata, Sabugal

Percurso do Sobreiral

É mais um passeio pela raia, desta feita por terras do Lince Ibérico, na Reserva Natural da Serra da Malcata. Esta rota é uma caminhada pelas margens da Barragem da ribeira da Meimoa, construída em 1982. Leve a máquina fotográfica, a época é propícia à observação de aves, sobretudo nestas zonas ribeirinhas. O mergulhão de crista, o pato-real, a cegonha preta e várias espécies de aves de rapina são abundantes por aqui.

Apesar dos seus 7 km de extensão, a maior dificuldade desta caminhada está em encontrar o seu início. As coordenadas estão aqui, mas recomendamos uma paragem no café da aldeia de Meimão para obter algumas indicações.

Esta é também uma região rica em património natural, cultural e histórico, pelo que merece alguns dias de estada. Aproveite para visitar Penamacor, Sabugal e a Aldeia Histórica de Sortelha. Se precisar de ajuda ou procurar uma experiência mais imersiva, conheça aqui alguns agentes locais que podem ajudar.

Ler também:

Texto @iNature. Fotos iNature e Naturtejo. Caminhadas de primavera.